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quarta-feira, 16 de junho de 2010

Sertão


É aqui no sertão
No sertão do seridó
Que se sente a verdadeira
Vontade de ser feliz
Basta olha para a raiz
Deste povo sonhador
Que luta, sofre e segue em frente
Iguais a eles muita gente
Faz isso todos os dias
Mas sem perder a alegria
Eu garanto que não tem
Pois só quem vive aqui
No sertão do cariri
No sertão do seridó
No sertão dos tapajós
Onde a natureza é bela
Onde o sol abre a janela e os leva a trabalhar
Sabe bem valorizar
A família e os amigos
Não tem medo do perigo
Nem quer saber de tristeza
Pois olhar a natureza
Na seca aqui do sertão
É de cortar coração
Vê já tanto sofrimento
Mas a chuva é um alento
Quando chega não demora
Onde a esperança aflora
É sinal de quê choveu
Só pra quem ela mereceu
É assim que o povo pensa
Levanta a cabeça e teima
Pode vir que nós agüenta
Este é o sertanejo que vive aqui no sertão
Homem de bom coração
Que espera a partida
E o final desta vida
Não a teme assim deseja
Em Deus o sertanejo almeja
Alcançar um bom lugar
Estou aqui para contar
Como quem senti e fala
Deste povo que não cala
Diante do sofrimento
Pois viver não é tormento
É ser privilegiado
Eitá sertão velho de gado
Que amo e jamais deixarei
Esta foi a minha fala
Pois um poeta não cala,
Só sai de cena outra vez.



JUDSON PEREIRA
2010

terça-feira, 15 de junho de 2010

Labirinto


Há momentos em meu dia
Em que me afasto de ti
São pequenos instantes
Mas para minha alma é uma eternidade
Onde me vejo no escuro
Em um labirinto sombrio
Que me angustia em te procurar e não te achar
Nestes instantes o chão foge dos meus pés
E me sinto mergulhar em um lago de águas escuras
Onde na ânsia de escapar minha mente traz a mim
Pensamentos impuros e indignos
Pensamentos que trazem alivio e dão medo
E é neste aglomerado de sentimentos
Que minha alma se encontra
Reprimida, oprimida ,
Presa em um conjunto de leis e costumes
De doutrinas falsas
De verdades inexistentes
Onde procuro respostas que não existem
Onde busco o amor no ódio
E encontro alegria no pecado
Ó vida insana
Ó tormento sem fim
Quisera eu escapar da razão
Quisera eu não ter coração
Quisera eu não conhecer a paixão


Judson Pereira
2005

Noite


Noite longa, de pensar inacabado
Noite que esconde segredos bem guardados
Noite de silencio e de aflição
Noite rompida por um clarão
Noite que desejo e espero
Noite traz aquilo que mas quero
Noite longa ou noite curta
Noite que nos lembram disputa
Noite de fracos e miseráveis
Noite de burgueses assoberbados
Noite de beleza sem igual
Noite usada para o mal
Noite das estrelas mas belas
Noite que me afasta dela
Noite de incerteza e alegria
Noite que antecedem aos dias
Noite que separa o bom do ruim
Noite traz ela pra mim
Noite que diminuem a distancia
Noite dos sonhos de criança
Noite que passa tão devagar
Noite rápida pra os que vão deitar
Noite que jamais terminará
Noite tão fácil de sonhar
Noite de estrelas e luar
Noite de mais bela com luar
Noite que o dia desejou
Noite que jamais o encontrou
Noite o que mais falar de ti
Noite já é hora de partir


Judson Pereira
2010

Amor Enclausurado

No frio do silencio que me rodeia
Na angustia arrasadora do meu coração
Encontro uma luz me faz sentir vida
Vida enclausurada, em olhares que vem e vão.
Junto com um desejo de ser feliz
Desejo este que é esmagado por uma sociedade conservadora
Que valoriza o serviço e não o ser humano
Sociedade esta que reprime sentimentos
Fazendo-nos sofrer por muito tempo
Tempo este que é inimigo do amor
Amor amaldiçoado por não poder existir
Por não ter nascido no tempo
No lugar, na ocasião, no espaço certo.
Amor que deveria ser esquecido
Amor todos os dias coagido
Amor louco, insano e sem juízo.



Judson Pereira
2005